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APRESENTAÇÃO

Amigo, amiga. Com este blog quero me comunicar com você para contar um pouco de uma história particular de vida, focalizando um desafio que tive que enfrentar para conseguir tocar a vida: o desafio da descrença ou desacreditação. Penso que se trata de uma situação relativamente comum, mas que tem uma importância marcante na trajetória de uma pessoa, representando um importante obstáculo a ser superado, para que uma boa vida, sem angústia, possa ser garantida. O blog terá uma ou duas postagens por semana.  Seria muito enriquecedor se você pudesse interagir com ele. Até Lá   Texto na voz do autor:

NASCIMENTO DA DESCRENÇA

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      Não acreditaram em mim. Por isso, não consegui acreditar, e continuei não acreditando, por um bom tempo ."   Isto não é uma autobiografia. Caso fosse, poderia, não sem razão, ser taxada, maldosamente, de drama pequeno-burguês. O que é, então? Como está no título, é uma experiência de autoanálise pela escrita. Estou hoje, novembro de 2020, com 74 anos e aposentado. Filho de uma família paulistana (bastante) culta, de esquerda, e pai de uma família de três filhos, dois enteados e quatro netas, acabei dando corpo a um curriculum vitae respeitável. Assim sendo, completei uma carreira universitária, virando, ao final, professor titular da Universidade de São Paulo. Escrevi bastante, fiz livros, inventei (junto com a Ana) muita coisa, enfim dei razoavelmente conta do recado. Mas houve descrença. E é de descrença que trato aqui. De fato, por um bom tempo, fui razoavelmente desacreditado e, bem ou mal, acabei vestindo a carapuça. A descrença, como quase tudo

MINHA CONTRIBUIÇÃO

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Minha particular contribuição, se bem sucedida, será explicitar alguns mecanismos que se fazem presentes quando se deseja, ainda que inconscientemente, alimentar e dar vida a um tipo especial de descrença: a intrafamiliar. Diga-se, de antemão: escapei, um tanto por acaso como se verá, de espelhar o que, na linguagem da tecnocracia contemporânea poderia ser visto como um case de sucesso (de produção da descrença). Não acreditaram em mim (talvez tivessem lá suas razões). Por isso, também não consegui acreditar, e continuei não acreditando por um bom tempo. E firmemente, como um ateu convicto não acredita em Deus, nem na virgindade da Virgem Maria, nem no Inferno. Hoje, digamos que consigo acreditar em mim, mas ainda sem muita convicção. Isso, porém, é assunto para uma conversa mais ou menos comprida e espinhosa. Caso você tenha sido acreditado desde pequeno, é bem possível que não tenha precisado dar conta dos desafios que eu tive que enfrentar. Mesmo assim espero que p